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29jul2019

Traumas de dentista e a importância da primeira consulta

Você chega com o seu filho para fazer a primeira consulta dele no odontopediatra já naquela apreensão de que tudo dê certo. O profissional chama para dentro do consultório, mas ao invés de ir para a cadeira de atendimento e já colocar as luvas, senta-se diante de uma mesa e começa a fazer uma série de perguntas. Às vezes, passa mais de meia hora de consulta e nada de abrir a boca do pequeno. Será que está certo isso?

Pois é, muitos pais que aparecem pela primeira vez aqui no consultório acabam estranhando os procedimentos desse encontro. Acostumados com o ritmo acelerado do cotidiano, às vezes, até questionam que o tempo está passando e a criança ainda nem abriu a boca. Porém, toda essa conduta faz parte e acaba auxiliando bastante durante o processo.

Existem dois fatores que influenciam diretamente no resultado de um tratamento odontológico, independentemente da idade: planejamento e colaboração. Quando falamos de atendimento infantil, esses pilares são ainda mais relevantes uma vez que a formação das estruturas ainda não está completa, o que exige mais cuidado no planejamento, e a colaboração é ainda mais complicada. São justamente esses os principais aspectos tratados no primeiro encontro, que nem sempre são percebidos pelo acompanhante.

Anamnese é a base do planejamento

Anamnese é o termo usado na área da saúde para a primeira entrevista com o paciente. Nela, o profissional levanta informações do histórico médico do  paciente que juntamente com o exame clínico ajudarão a compor o diagnóstico. 

É na anamnese que o profissional, muitas vezes, detecta a origem do problema, uma informação extremamente relevante para desenvolver o tratamento. Os responsáveis precisam responder atentamente todas as perguntas, sem esconder nenhum detalhe. Às vezes, pensamos que não vale a pena mencionar algo, mas a chave para a resolução do caso está justamente naquele ponto.

Durante a conversa, o odontopediatra anotará os dados que julgar importante. São essas anotações, analisadas mais calmamente depois, que servem de base para o planejamento do futuro tratamento. Qualquer erro de julgamento ou informação omitida pode dificultar a jornada do paciente.

A importância do reconhecimento e confiança

Mas não pense que a anamnese é apenas responsabilidade dos pais. O pequeno também precisará responder algumas perguntas, por exemplo, qual é o desenho que ele mais gosta, brinquedo favorito, etc. Elas podem não ter nenhuma relação com a dentição, mas representam uma etapa fundamental para estabelecer a conexão entre o profissional e a criança.

Essa é talvez a parte mais importante desse encontro. Se o pequeno não construir uma relação de amizade e confiança com o profissional, dificilmente ele vai querer abrir a boca e se sentirá vulnerável na cadeira do dentista. Nesse primeiro encontro, faço questão de me apresentar e conversar sobre as coisas que eles gostam. Alguns pais vêm com queixas pontuais, uma cárie, um dente que nasceu atrás do outro, e querem que eu resolva já nesta hora. Aí eu pergunto para vocês: Como abrir sua intimidade para quem você acabou de conhecer?

Os mais desacostumados podem até encarar esse primeiro encontro como uma “brincadeira”, mas na verdade, é algo bem sério. É justamente esse tato e leveza que criam o ambiente acolhedor que eu preciso para trabalhar ao longo do tratamento. Lembre-se: nada é feito por acaso.

Alguns profissionais optam até por usar fantasias ou uma decoração infantil no consultório. Particularmente, tenho alguns aventais infantis, como o da Turma da Mônica, mas procuro não usar tantos estímulos, porque acredito que a criança precisa entender que ali não é lugar de diversão, e sim de responsabilidade. Minha proposta é transmitir a sensação de acolhimento e fazer com que ela entenda que está ali porque precisa cuidar da própria saúde. A profilaxia, como forma de condicionamento, também é uma conduta minha nesta primeira consulta, afinal a familiarização com os “motores” começa agora, numa divertida escovação

Essa consulta provavelmente será a mais importante do tratamento. No segundo atendimento, a criança já estará habituada e disposta a colaborar com a intervenção. Nesse dia, eu escuto do responsável aquela frase que me enche de satisfação: “nossa, ela nunca abriu a boca tranquila assim para ninguém”.

Quer agendar a primeira consulta do seu pequeno? Então, entre em contato e consulte o melhor dia: (11) 2669-8991.

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