Próteses dentárias infantis: estética ou saúde?
Até que ponto podemos projetar nossos padrões e aspirações em nossos filhos? Quando a questão é a aparência deles, muitos pais têm dificuldade em associar e aceitar as mudanças das diferentes fases da vida da criança. Mas essas transformações são completamente naturais e levam um tempo até que a própria criança se acostume com elas.
Mês passado, assisti a um programa americano que mostrava a rotina das garotinhas que concorriam a um título de miss mirim. Todas eram lindas e pareciam bonecas de porcelana. Uma delas, chamada Samantha, tinha seis anos de idade e estava competindo pelo seu estado.
O making off desse concurso de beleza mostrava os bastidores da competição. As meninas pareciam estar super ansiosas para saberem o que os jurados diriam após a apresentação de cada uma no palco.
Numa pausa entre os desfiles, a Sam até mostrou sua “janelona” de cima, que estava “fechada” por causa das próteses dentárias que ela estava usando. Tudo pra ficar ainda mais bonita!
Não julgo os pequenos que usam próteses para favorecer sua imagem em eventos como esse, mas acredito que elas devem ser colocadas somente para ocasiões especiais. Além disso, é fundamental fazer o acompanhamento no consultório, para que não prejudiquem o desenvolvimento da futura dentição permanente. Como Odontopediatra, priorizo sempre a saúde dos meus pacientes em todos os aspectos.
Aqui no consultório, eu faço esse tipo de prótese estética para crianças, que é normalmente associado à perda precoce de um dente devido a um trauma. E não é só pela harmonia facial em si, como no caso desses concursos de beleza ou trabalhos publicitários. O principal motivo pelo qual eu preencho as “janelas” com dentes postiços é para manter o espaço dos dentes que virão e evitar a projeção lingual. E repito: isso só pode acontecer com toda a supervisão que o procedimento necessita, como mencionei anteriormente. Portanto, antes mesmo de pensarem nessa possibilidade, os responsáveis devem assumir o compromisso de trazer a criança ao consultório regularmente, para acompanharmos juntos seu quadro clínico geral.
Então, fica aqui a minha reflexão como mãe e profissional… Até que ponto vamos projetar em nossos filhos aquilo que nós gostaríamos de ser, ter ou fazer? É correto basearmos nossa maternidade e paternidade no que a sociedade diz que é mais aceitável do ponto de vista estético? Será que as escolhas que fazemos são favoráveis para o desenvolvimento saudável dos nossos maiores tesouros?
Para mim, criança tem “janelinha”, sim, mas tem que ter também todo o bem-estar que ela merece para aproveitar a melhor fase da vida com saúde e autoestima lá em cima. Sem contar que o apoio dos pais ou responsáveis é importante para construir sua confiança em qualquer fase que ela esteja.
Se você ficou interessado no tema, agende uma consulta pelo (11) 2669-8991 ou (11) 97663-3878 (WhatsApp) e vamos bater um papo para tirar todas as suas dúvidas. Será um prazer recebê-lo!