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16fev2022

Saúde bucal na volta às aulas: Tudo o que você precisa saber

Eu amo meus filhos, mas não posso negar que eu estou super animada com essa volta às aulas. Depois de tanto tempo com eles dentro de casa, finalmente, volto a ter as manhãs mais tranquilas para organizar meus compromissos sem preocupações. Se por um lado tudo parece mais sereno e equilibrado, por outro, como responsáveis, precisamos ficar atentas a alguns aspectos da saúde bucal nesse novo cenário.

Mas qual é a relação entre a saúde bucal e a escola? Bem, são diversos aspectos que merecem atenção e eu vou falar cada um deles. Porém, o primeiro que eu gostaria de salientar é a questão da rotina. Um importante passo nesse momento é estabelecer uma rotina adequada e que inclua a higienização bucal como uma das principais atividades. Essa história de chegar em casa, almoçar e deixar para escovar os dentes depois não costuma funcionar. A regra de ouro, aqui em casa, é essa: chegou, tirou o uniforme, almoçou, escovou os dentes e partiu para fazer a lição de casa. Qualquer alteração pode fazer com que uma etapa não seja realizada corretamente (e todas elas são fundamentais).

A hora do lanche

Um outro aspecto típico da vida escolar, e que atrapalha a saúde bucal, é o momento de recreio. Quando eles são mais novos, ainda temos um certo controle na hora de montar a lancheira – e não devemos abrir mão desse privilégio. Salgadinhos e refrigerantes, por mais práticos que possam ser, devem ser evitados ao máximo. Além de serem pouco nutritivos, apresentam altos índices de açúcares e aditivos. Sucos industrializados também não são recomendados pelo excesso de açúcares. O ideal é apostar em um lanche mais natural, ou seja, um suco feito em casa (sem açúcar) e uma fruta.

Quando eles ficam um pouco maiores, nosso controle diminui consideravelmente. No passado, era mais complicado por conta das tentadoras frituras oferecidas pelas cantinas, porém, hoje, muitos lugares já contam apenas com opções mais saudáveis. Ufa! De qualquer modo, o ideal é que a gente esclareça, desde cedo, a importância de cuidar da alimentação. Assim, mesmo que ele tenha todas as opções do mundo disponíveis, será capaz de escolher corretamente.

Kit de higienização

Na Educação Infantil, normalmente, o período do lanche é seguido da higienização bucal. Em alguns lugares, os responsáveis devem mandar a criança com um kit de higienização que contém a pasta e a escova. Porém, na expectativa de garantir o máximo de higienização, é normal aparecer um antisséptico bucal na necessaire. Algumas vezes, a própria criança, ao ver o coleguinha com um item que ele não tem, acaba pedindo para os pais incluírem no próximo kit. Atenção! Eu não recomendo isso.

O antisséptico tem ação medicamentosa e é capaz de interferir negativamente na flora bacteriana da nossa boca – um aspecto que é fundamental para o início da digestão. O melhor a fazer nesse quesito é contar com a orientação de um odontopediatra para montar o kit de acordo com a necessidade do seu filho. Conhecendo os detalhes da boca dele, podemos sugerir qual é a melhor escova, levando em consideração as cerdas e tamanho, e também o creme dental.

Já no Ensino Fundamental, eles não levam a necessaire, não escovam os dentes e, eventualmente, ainda compram guloseimas na cantina. Se não tem como escovar, eu sempre recomendo aos meus pacientes adolescentes a fazerem um bochecho com água no banheiro para remover o excesso dos resíduos. Não é o ideal, mas já ajuda.

Possíveis traumas

Sim, eles voltaram à escola e reencontraram os coleguinhas depois de tanto tempo. É claro que essa excitação, represada por dois anos, pode contribuir para brincadeiras mais intensas e, até, para alguns traumas e machucados.

Como mãe de duas crianças, eu digo com propriedade: acidentes acontecem e, muitas vezes, resultam em pancadas na dentição ou região da boca.

A primeira coisa que eu peço é talvez a mais difícil: manter a calma. Eu sei que um telefonema da escola tem o potencial de nos infartar, mas precisamos manter a tranquilidade. As instituições de ensino têm profissionais especializados nessas situações e que costumam oferecer um excelente primeiro atendimento.

O segundo passo, assim que você já estiver inteirada do acontecido, é entrar em contato com o odontopediatra e agendar uma consulta de emergência. Explique direitinho o que ocorreu por telefone que, com certeza, o dentista vai fazer de tudo para te receber o mais cedo possível. A dica aqui é que você já tenha um profissional responsável pela criança.

Pela minha própria experiência, é muito difícil a primeira consulta ser justamente a emergencial. O dentista precisa lidar com a dor e a desconfiança da criança, o responsável vive aquela insegurança de não ter pesquisado com a calma necessária e o pequeno se vê em um lugar diferente, com dor e sem saber o que esperar. Ou seja, ruim para todo mundo!

https://www.facebook.com/drapaulaportella/videos/359161438110300

Viu como a saúde bucal está presente em várias situações da nossa vida? Mas se a gente tomar os devidos cuidados, a volta aos estudos tem tudo para ser tranquila e sem nenhuma surpresa desagradável na dentição. Assim, nossos filhos ficam livres para se dedicarem às provas e garantirem aquelas notas que estamos esperando. Boas aulas!

20jan2022
Janeiro Branco e bruxismo

Janeiro Branco: Saúde mental também passa pela boca

Falar de saúde mental e bem-estar emocional nunca foi tão importante. Parece que os últimos anos colocaram à prova todo o nosso autocontrole e resiliência. Por isso, decidi dar mais espaço à Campanha Janeiro Branco, que tem como objetivo chamar atenção para essas importantes questões. Mais do que isso, quero aproveitar para esclarecer que problemas como depressão e ansiedade podem sim prejudicar as estruturas bucais e até comprometer funções básicas, como a mastigação.

Por que branco?

Para começar, quero apresentar o Janeiro Branco. A campanha começou em 2014 quando psicólogos de Uberlândia foram às ruas para falar sobre saúde mental com o objetivo de promover uma psicoeducação e quebrar tabus sobre o tema. O mês foi escolhido justamente por ser um período em que as pessoas costumam refletir sobre a vida e fazer os planos para o ano que acabou de iniciar, ou seja, ainda é uma folha em branco. Interessante, não?

Saúde mental e problemas bucais

Cuidar da saúde mental sempre foi importante para o bem-estar, porém, hoje, é ainda mais relevante. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto FSB, 62% das brasileiras e 43% dos brasileiros afirmaram que a saúde emocional ‘piorou’ ou ‘piorou muito’ durante a pandemia. Já o estudo desenvolvido pela FIOCRUZ apontou que 40% da população brasileira apresenta sentimentos frequentes de tristeza e de depressão e 50% costumar ter quadros de ansiedade e de nervosismo.
O que nem todo mundo sabe é que esses transtornos também podem se transformar em problemas físicos e patológicos, como bruxismo, comprometendo a saúde da estrutura bucal e até a qualidade da mastigação.

Bruxismo e saúde mental

Um dos principais problemas dentários relacionados ao emocional é ato de ranger de dentes. Também conhecido como bruxismo, o hábito, normalmente noturno e inconsciente, é capaz de desgastar a dentição, interferir na estrutura da mandíbula e até aumentar a pressão craniana. Dependendo do quadro, também podem surgir outros sintomas como dor de cabeça, zumbido no ouvido e dores nos músculos faciais. Com o tempo, o desgaste da dentição começa a trazer novos problemas, como retração gengival e sensibilidade, dificultando a ingestão de alimentos quentes demais ou muito gelados.

Quando diagnosticado, uma das medidas mais comuns é utilizar uma placa protetora de silicone nos dentes para dormir, evitando o contato dentário. Porém, é preciso compreender que a placa evita apenas a evolução do quadro e não trata a origem do problema. O ideal é procurar compreender o que está levando a essa tensão maxilar e, muitas vezes, são questões emocionais que precisam ser resolvidas.

Mesmo após o bruxismo ser tratado, dependendo da demora no tratamento, a oclusão pode ficar desequilibrada, prejudicando a qualidade da mastigação, alinhamento dos dentes e até dores faciais. Nesses casos, é preciso fazer um trabalho de Reabilitação Neuro-Oclusal com o objetivo de otimizar a mordida e sanar qualquer herança dos problemas passados.

Viu como é importante ficar atento à saúde mental? Se você percebeu que está acordando com um desconforto na mandíbula ou uma dor de cabeça estranha, não deixe de fazer uma avaliação. Estresse e ansiedade podem comprometer – e muito – nossa qualidade de vida.

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